quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CONTAÇÃO DE HISTÓRIA 12ª PARTE- O PROCESSO COMUNICATIVO E A ORALIDADE

O processo comunicativo e a oralidade

A forma narrativa instaura um processo de comunicação mínimo de alguém que narra ( o Narrador) algo ( a Intriga) para alguém ( Leitor). É o modoc omo se estrutura essa relação significativa Narrador- Mensagem-Destinatário que determina o eixo significativo da narrativa. Tudo depende do foco narrativo ou, ainda, do ponto de vista que o Narrador assume frente àquilo que narra. (Palo, 1992, pg.43)
Na Literatura Infantil o foco narrativo pode ser dividido em verbal e visual. As duas tentam uma comunicação mais direta e próxima possível da criança, recupera a tradição de oralidade do “Era uma vez” dos contos de fada; aquele momento de transferência da experiência que o Narrador passa para aqueles que ouvem.
Falar é algo visceral ao ser humano. A pessoa que fala tenta mostrar de forma imediata ao interlocutor o objeto de sua fala, através da palavra, do ritmo, da expressão corporal, entre outros. Esta mensagem oral cria uma imagem que proporcionará a troca direta de experiências entre os interlocutores.
Segundo Palo, enfrentar a oralidade é inaugurar um novo modo de narrar e de escrever. Narrar no mesmo tom e compasso do viver – escreviver-, de tal forma que não haja mais distância entre quem narra, o que narra e quem lê. Desta maneira, cria uma sintonia na Literatura Infantil entre o Narrador, a Mensagem e o Receptor, que interagem simultaneamente em contínuas experiências.
O narrador tem um papel fundamental: escrever como se fala, onde ele irá captar o repertório do seu público numa comunicação direta e envolvente.

A língua falada e a escrita
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui agenti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadidi ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Impurtuguêis não. É só prestá tenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevimuinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.(SOARES, 2009)
O comentário é do humorista Jô Soares, para a revista Veja. Ele brinca com a diferença entre o português falado e escrito. Na verdade, em todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e escrevem de outro.
A fala e a escrita são duas modalidades diferentes da língua. Na língua escrita há mais exigências, em relação às regras da gramática normativa. Isso acontece porque, ao falar, as pessoas podem ainda recorrer a outros recursos para que a comunicação ocorra - pode-se pedir que se repita o que foi dito, há os gestos, etc. Já na linguagem escrita, a interação é mais complicada, o que torna necessário assegurar que o texto escrito dê conta da comunicação.
A escrita não reflete a fala individual de ninguém e de nenhum grupo social. Por essa razão, a fala e a escrita exigem conhecimentos diferentes. A maioria de nós, brasileiros, falamos, por exemplo, "Eli me ensinô". O português na variante padrão exige, no entanto, que se escreva assim: "Ele me ensinou". Essas diferenças geram muitos conflitos.
A língua pode mudar conforme o grupo social, a região, e o contexto histórico São as chamadas variações linguísticas. A língua escrita e falada são dois meios de comunicação distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rígido. No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua. Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa que não teve acesso à escola.
Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma solenidade de formatura.
Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática, biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. Entende-se que a linguagem falada é definida desde o momento que nascemos, pois começamos a nos socializar, e consequentemente adquirimos os vocábulos, primeiro as vogais aparecem em forma de grunidos, e com o passar do tempo já se percebe o aparecimento das sílabas que por muitas vezes as consoantes se repetem, por exemplo : "dadá" ,"gugu".
E Linguagem escrita, só estamos prontos para ela quando já estamos no estágio de maturação adequado juntamente com nosso desenvolvimento biológico, assim como o psiquico, que é quem vai nos assessorar nessa área.

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