A Teoria sócio-histórica de Vygotsky
O trabalho de Vygotsky buscou identificar de que forma as características tipicamente humana, que chamou de Processo Psicológicos Superiores (PPS), se desenvolvem durante a vida de um indivíduo. Os PPS são o resultado da estimulação autogerada pela criação e uso de estímulos artificiais (signos) dentro de um contexto sócio-cultural.
Os Processos Psicológicos Superiores foram caracterizados por ele sendo: * constituídos no contexto social;* voluntários, ao regularem a ação através de um controle voluntário;* intencionais, ou seja regulados conscientemente, embora um processo superior que sofreu um longo processo de desenvolvimento possa ser automatizado, continua sendo consciente.
Vygotsky chamou esse processo de fossilização;* mediatizados pelo uso de instrumentos (signos). O uso de signos conduz os seres humanos a uma estrutura específica de comportamento que se destaca do desenvolvimento biológico e cria novas formas de processo psicológicos enraizados na cultura. (VYGOTSKY, 1998,p.54). Vygotsky acreditava no caráter sócio-histórico dos Processos Psicológicos Superiores e no uso de instrumentos como mediadores do desenvolvimento dos PPS. Dois pontos da tese marxista são fundamentais:
*Aspecto cultural: formas através das quais a sociedade organiza o conhecimento disponível veiculado por instrumentos físicos e simbólicos.
* Aspecto histórico: refere-se ao caráter histórico desses instrumentos, uma vez que eles foram criados e aperfeiçoados ao longo da história social dos homens. Essas questões preocupavam Vygotsky; o estudo devia passar por uma mudança no método de pesquisa que permitisse conclusões mais apuradas, criticando o método tradicional da psicologia na época, o método de estímulo resposta.
Estudar alguma coisa historicamente significa estudá-la no processo de mudança: esse é o requisito básico do método dialético. (VYGOTSKY,1998,p.85).Considerando os seres vivos, em geral, pode-se afirmar que todo comportamento básico é uma reação direta a um problema determinado. Essa relação direta de estímulo-resposta não pode explicar formas de comportamento complexos como os humanos. Para Vygotsky, o centro do processo de formação dos comportamentos tipicamente humanos, surge pelo uso de signos, que se constituem num elo intermediário entre o estímulo (S) e a resposta (R). Esse elo (X),é na verdade um estímulo de segunda ordem que tem por função criar uma nova relação entre S e R, como aparece na figura abaixo:
Esquema de Estimulo-Resposta-Mediação
O processo estímulo-resposta é substituído por um ato complexo, mediadopor um estímulo auxiliar. Os estímulos auxiliares são definidos por Vygotsky como instrumentos. Os instrumentos são ferramentas mediadoras da cultura, isto é, dotados culturalmente de significados, para uso dos indivíduos que através destes, podem influenciar o meio (cultura) ou a si mesmos. Ele define os instrumentos como sendo ferramentas de dois tipos:
· físicos: ou apenas instrumentos. Sua função é servir como condutor da influência humana sobre o objeto. É externo e orientado externamente para o controle e domínio da natureza (mudanças nos objetos e não no homem, por exemplo um arado);
· simbólicos: ou signos. São estímulos artificiais ou naturais dotados designificado, que constituem atividades mediadas. São instrumentos psicológicos que tem por função afetar o comportamento humano, e nãomodificar o objeto da operação psicológica, devido a que são mediadores daatividade interna dirigida para o controle do próprio indivíduo;
A diferença entre instrumento e signo reside nas diferentes maneiras com que eles orientam o comportamento humano. Mas, instrumentos e signos estão relacionados porque o controle do meio e do comportamento estão ligados.
Para Vygotsky (1998), os PPS surgem da combinação do instrumento e o signo no processo de mediação. Assim, mediação é um processo de intervenção de um elemento numa relação objeto-sujeito.
O uso de signos conduz os seres humanos a uma estrutura específica de comportamento que se destaca do desenvolvimento biológico e cria novas formas de processo psicológicos enraizados na cultura. (VYGOTSKY, 1998,p.54)
As operações com signos aparecem como resultado de um processo prolongado e complexo, sujeito às leis básicas da evolução psicológica. A atividade de utilização de signos surge de uma operação que inicialmente não é uma operação com signos e se transforma nela através de transformações qualitativas, nas quais cada transformação cria condições para o próximo estágio e é condicionada pelo anterior.
Inicialmente a criança pequena não usa signos externos para se auxiliar, pouco a pouco o uso de signos (primeiro externos e depois internos) mediatizam uma atividade. Durante o desenvolvimento essas operações sofrem mudanças nem sempre perceptíveis pelo comportamento. Por esse motivo, o comportamento numa atividade mediada por um processo puramente interno, em seus estágios finais,assemelha-se aos primeiros estágios, ou seja aparentemente sem dependência com os signos. Isto acontece porque os signos foram internalizados e a operação automatizada ou fossilizada. Vygotsky define o processo de internalizar como consistindo de uma série de transformações, entre elas, um processo interpessoal que é transformado num processo intrapessoal, e isso é o resultado de uma longa série de eventos ocorridos durante o desenvolvimento.
Definições
O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma modificação de comportamento nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelece entre eles. O simples contato físic onão é suficiente para que haja interação social. Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está havendo interação social (embora a presença de uma das pessoas influencie, as vezes, umpouco o comportamento da outra). Os contatos sociais e a interação, constituem, portanto, condições indispensáveis a associação humana. Os indivíduos se socializam através dos contatos e da interação social.
Resultados indicam que a contação e o reconto de histórias de Literatura Infantil são uma atividade interativa, potencializadora da linguagem da criança como espaço de recuperação do sujeito ator e autor de seu desenvolvimento. As crianças, enquanto interagem no mundo dos símbolos e da fantasia, expressam suas opiniões.
Segundo a Revista Fundação Aprender (2009), no que diz respeito à escuta da “voz da criança” e à interação criança-criança os dados revelaram que pouco foi dado importância pelas próprias professoras.
Dramatização
Dramatizar a história é uma atividade muito rica, deve ser estimulada pelo professor. A criança tem a oportunidade de interagir com os colegas e de fazer parte de um grupo. No que diz respeito aos textos coletivos, são de extrema importância, além do mais, as crianças podem criar finais diferentes para as mais variadas histórias, e o mais interessante é que estes finais são sempre voltados à sua realidade e o mundo que as cerca. Foi o tempo em que era falado sobre princesas, fadas e castelos, agora elas passam a ser influenciadas pelo ambiente em que vivem, ou seja, a história se volta para a realidade delas, em algo próximo e concreto.
Segue abaixo, dois exemplos de finais de histórias que um grupo de alunos com média de 5 anos criaram durante uma contação:
- Branca de Neve e o príncipe se casaram e viajaram para o nordeste, Japão, China, Itália e para o sul. Foram morar em um lindo apartamento e tiveram onze filhos, sete meninas e quatro meninos. Compraram um cachorro da raça “salsicha” e deram o nome de Charlie. Os sete anões se casaram e sempre iam visitar a Branca de Neve. O príncipe trabalhava na prefeitura da cidade onde foram morar e Branca de Neve ficava em casa para cuidar dos filhos.
- O lobo Nick aprendeu a lição com os três porquinhos, Julian, Pedro e Raian. Após cair na chaminé e queimar o bumbum, ele correu para a floresta e caiu na fonte dos desejos. Acabou se transformando em um lobo bom e foi fazer curso de teatro, e hoje ele é apresentador de televisão.
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